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O projeto tem o objetivo de, após o corte e venda desta madeira, assegurar recursos a médio e longo prazo para toda a instituição nas suas finalidades estatutárias, possibilitando a autossutentabilidade e garantia financeira, assim como a salvaguarda para os consagrados da “Família da Esperança”.
A Poupança Verde é uma iniciativa que consiste no investimento em plantios de espécies arbóreas que tenham aptidão para a produção de madeira de boa qualidade, tendo como objetivo, após o corte e venda, assegurar recursos a médio e longo prazo para toda a Instituição nas suas finalidades estatutárias, possibilitando a autossutentabilidade e garantia financeira, assim como a salvaguarda para os consagrados da “Família da Esperança”. Eles constituem o órgão mantenedor da Obra e, por não possuírem renda, necessitam de meios financeiros para suprir as carências em relação à melhor qualidade de vida, de modo a assegurar moradia, alimentação, saúde, transporte e lazer.
Devido à existência de locais com vastas terras à disposição da instituição, este projeto foi criado para fazer o uso adequado dessas propriedades e possibilitar ganhos multidisciplinares e interdependentes, gerando um impacto positivo com o desenvolvimento econômico, social e ambiental, não só da comunidade local, como também das regiões e comunidades dos entornos.
As maiores áreas disponíveis para plantio encontram-se na região nordeste, onde a população é muito pobre, carente e enfrenta muitas dificuldades econômicas e sociais. Esse projeto é, em maior parte, direcionado a esta região. Em um período de cinco anos e três meses, desde início da implantação na instituição, foram plantadas cerca de 34.500 árvores referentes a esta iniciativa, distribuídos em 18 unidades da Fazenda da Esperança.
No campo do desenvolvimento econômico, o projeto visa gerar renda garantindo a continuidade da instituição terapêutica com a venda da madeira e de seus produtos, possibilitando a autossustentabilidade dos seus demais projetos. Preocupa-se também em movimentar a economia local, em que as comunidades se beneficiarão com a comercialização dos produtos gerados e da aquisição de insumos, mudas e maquinários necessários para a implantação. Possibilita a melhoria de vida de muitas famílias pela geração de novos empregos na comunidade durante toda a cadeia produtiva e pela demanda de mão de obra externa que, quanto maior a área de plantio, mais empregos poderão ser gerados para realização das atividades florestais durante todo o ciclo.
Na esfera social, busca-se cumprir a missão da instituição que é “Levar a Esperança a todos os que dela necessitam, através de um novo estilo de vida, livres da dependência das drogas/álcool e construindo uma sociedade mais fraterna.” Dessa forma, os dependentes químicos acolhidos são incluídos nas atividades e realizam o trabalho terapêutico, que os ocupa da ociosidade, nas atividades de estabelecimento, condução e das manutenções gerais das áreas reflorestadas. Possibilita que sejam instruídos e capacitados por um profissional, tornando-os aptos a exercer as atividades e proporcionar a entrada no mercado de trabalho tanto nesta, quanto e em áreas semelhantes. É notável que existe uma tendência de crescimento cada vez maior deste setor no país, o que demandará mais mão de obra experiente. Todavia, o projeto contribui para a reinserção social dos mesmos.
No âmbito ecológico e ambiental, é ressaltada a preservação das florestas nativas uma vez que a demanda crescente por madeira poderá ser suprida por florestas plantadas e não mais por desmatamentos ilegais. A utilização adequada e legalizada da terra torna-as produtiva, sobretudo em locais sem produção agrícola viável, promove a cobertura do solo, o que contribui para sua conservação e combate a desertificação. Sempre que possível será buscado a integração da silvicultura com a pecuária e a agricultura, promovendo consórcios de culturas, os chamados SAFs, Sistemas Agroflorestais, visando beneficiar a sustentabilidade ambiental e aumento da biodiversidade com o múltiplo uso da terra, sobretudo em áreas que necessitam regeneração. Outro fator que impacta positivamente a questão ecológica é a capacidade de melhoria do ar atmosférico, uma vez que as árvores são as plantas que melhor contribuem para a neutralização de gases tóxicos advindos das atividades humanas potencialmente poluidoras e possibilitam a captação de carbono da atmosfera, sendo aliadas no combate às mudanças climáticas.
Contam com plantios iniciais pequenos, que serão aumentados gradualmente a cada ano, de acordo com recursos humanos e financeiros disponíveis. Terão como base crucial, a participação direta dos acolhidos em todas as etapas, ou seja, desde o preparo do solo para o plantio até a manutenção das árvores já com porte adulto. Para isso terão a orientação técnica de um profissional e de seus responsáveis, como oficinas de aprendizagem. Estes processos poderão ser feitos, de preferência, de forma manual, pois, desta maneira, representam baixo custo. Com a ampliação a cada ano, o objetivo é para que ao final de 15 a 25 anos, cada fazenda tenha uma floresta de tamanho considerável para fornecer os ganhos econômicos esperados de uma poupança.
Contam com plantio inicial de um maior número de mudas e, com isso, geralmente os processos tendem a ser mecanizados e podem ter serviços terceirizados, mas abrange também a participação dos acolhidos como suporte e aprendizagem e cuidado com o meio ambiente. Atualmente o macroprojeto em desenvolvimento localiza-se no município de Coroatá/MA.
Em Guaratinguetá-SP, na Fazenda Masculina do bairro Santa Edwirges, foi iniciada, em 2018, a construção de um modelo simples e alternativo de viveiro de mudas, também conhecido como “casa de sombra”. A capacidade é de produzir até 2000 mudas por ciclo, de espécies arbóreas produtoras de madeira nobre, cujo foco atual é o Mogno Africano (Khaya grandifoliola). A estrutura deste viveiro é de postes de plástico reciclado, chamada de “madeira plástica” proveniente da fábrica localizada nesta mesma Fazenda.
A finalidade é transplantar as mudas nas unidades das Fazendas da Esperança. Em meados de fevereiro de 2019 as primeiras mudas produzidas foram para as fazendas de Guarará-MG, na masculina e feminina de Guaratinguetá. O segundo ciclo foi transplantado na fazenda de Pindamonhangaba-SP e em replantios necessários.
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