Com alegria e generosidade, a Fazenda da Esperança celebrou no dia 18 de agosto os 30 anos de presença em Lagarto, no Estado de Sergipe. Na véspera dos festejos, ocorreu ainda o Retiro da Família da Esperança. Foram momentos de muita comunhão e unidade, com a presença especial dos quatro fundadores da Fazenda da Esperança (Frei Hans Stapel, Nelson Giovanelli, Iraci Leite e Luci Rosendo) e de dois membros da presidência da entidade, Pe. José Luiz Menezes e Angelúcia Moura.
A Santa Missa contou com a presença de Dom José Genivaldo Garcia, bispo da diocese de Estância; além de membros da comunidade terapêutica, ex-acolhidos, familiares e autoridades religiosas e civis, para celebrar três décadas de transformação, fé e esperança.
Nelson Giovanelli ressaltou que a Obra Social cresceu durante a jornada de três décadas como família e hoje está presente em 26 países, oferecendo uma nova chance para aquelas que precisam reencontrar o sentido da vida. “Esta Fazenda que completa hoje 30 anos está dentro da realidade de outras 170 fazendas que um dia também vão completar 30 anos”.
Em concordância, Lucilene Rosendo, natural de Lagarto, destacou ao jornalista Thiago Farias, da Revista Imagine Acredite, que os 30 anos da Comunidade Santa Francisca Romana, bem como os 41 anos de toda a obra da Esperança são o resultado da providência de Cristo. “Para mim é motivo de muita gratidão, porque eu experimento realmente o cêntuplo, é ver Deus realmente dar cêntuplos para nós, é ver que o evangelho é verdade”, enfatizou.
“É uma grande alegria ver o que Deus faz através do Sim das pessoas e Lagarto é realmente uma Terra Santa para nós, porque nos deu e tem dado muitas vocações para a obra. Além disso, foi aqui que nós fizemos pela primeira vez os nossos votos, aqui nasceu a Família da Esperança, o nosso Estatuto, como ocorreu também em Guaratinguetá”, acrescenta Iraci Leite.
A celebração religiosa, ponto alto do evento, foi presidida pelo Bispo da Diocese de Estância, Dom José Genivaldo Garcia, que destacou o papel fundamental da Fazenda da Esperança na sociedade. “A glória de Maria é também a nossa esperança, porque vencida a morte e o pecado, Jesus abriu as portas do céu para nós. Então nós, que somos cidadãos do céu, devemos viver essa intensidade sendo sinais de esperança para o mundo. […] E a Fazenda da Esperança é este lugar, onde nós somos chamados a ser esperança para aqueles que aqui passam e residem. A Fazenda da Esperança encarna a palavra, aponta o céu e a esperança para todos que aqui residem e para aqueles que direta e indiretamente contribuem com essa obra”.
O evento foi marcado por momentos de profunda espiritualidade, música, partilha de testemunhos e a renovação do compromisso da comunidade em continuar oferecendo esperança para as mulheres que buscam uma nova vida.
Uma Fazenda diferente
A Fazenda da Esperança Santa Francisca Romana foi a primeira comunidade feminina fundada fora de Guaratinguetá/SP, onde está situada a unidade sede da instituição. Ela nasceu a pedido do desejo do saudoso Bispo Emérito de Propriá, Dom Mario Rino Sivieri, cinco anos depois da fundação da unidade masculina no município sergipano. “Dom Mario queria completar a família com a parte feminina”, lembrou Nelson Giovanelli à reportagem de Imagine Acredite.
Ele também ressaltou que a referida unidade é bem diferente de muitas comunidades que acolhem mulheres pelo Brasil. “A Fazenda, no caso dessa, nasceu pra dar vida nova as mulheres e um diferencial grande é que elas podem vir com seus filhos aqui e isso permite que as mulheres consigam fazer uma boa recuperação, porque a grande maioria não consegue fazer uma boa recuperação quando deixam seus filhos em casa. A gente pode dizer que isso é uma graça!”.
Em entrevista à Revista Imagine Acredite, a administradora da Fazenda Santa Francisca Romana, Andresa Lorena Camargo, destacou que na comunidade todas são tratadas com igualdade e que nada é imposto. “O tratamento dura um ano e nada é obrigado! O primeiro processo é o da autodescoberta, onde tem a abstinência, a recaída, a falta de controle no estilo de vida; depois disso elas aprendem sobre o custo de vida, como manusear o alimento. Enfim, é uma série de cursos em que elas vão aprendendo a amar e se amar e, a partir daí, a providência começa a agir até que chega o momento da reinserção”, detalhou a administradora que acompanha cada acolhida com muito orgulho. Quando uma mãe se recupera, toda uma geração vai para frente”.
A Comunidade Santa Francisca Romana tem capacidade para acolher 20 pessoas, entre mulheres e seus filhos. Ela também conta com playground, academia, energia solar e um terreno arrendado, além de uma padaria e um ateliê, que foram equipados com recursos de emenda parlamentar e que são utilizados pelas acolhidas como meio de aprender uma profissão e de garantir a sustentabilidade da obra. “A Fazenda ensina a pescar e não a dar o peixe”, reforçou Andresa Lorena.
Fonte: Site Imagine Acredite
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