“Com grandes sinais de poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. E os fiéis eram estimados por todos.” (At 4,33)
Esta Palavra de Vida, proposta no Tempo pascal, convida-nos, na plenitude da liberdade de quem recebeu a mensagem do Evangelho, a sermos também nós testemunhas do acontecimento que marcou a história: Jesus ressuscitou!
Para compreender plenamente o significado deste versículo extraído dos Atos dos Apóstolos, convém citar a frase que vem imediatamente antes: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum”¹.
“Com grandes sinais de poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. E os fiéis eram estimados por todos.”
Nesse texto nos é apresentada a primeira comunidade cristã, animada pela poderosa força do Espírito. Sua característica é a comunhão entre os fiéis, que desperta neles o impulso de proclamar a todos o Evangelho, a Boa Nova: Cristo ressuscitou.
As pessoas daquela comunidade são as mesmas que, antes de Pentecostes, estavam assustadas e desalentadas diante dos últimos acontecimentos e que agora se manifestam abertamente, dispostas a dar testemunho até ao martírio, graças à força do Espírito, que varreu os medos e os temores.
Eram um só coração e uma só alma, praticavam o amor mútuo até o ponto de colocar os bens em comum: era esta a realidade que ia envolvendo um número cada vez maior de pessoas.
Mulheres e homens que seguiam Jesus tinham ouvido as suas palavras, tinham vivido com Ele no serviço e no amor reservado aos últimos, aos doentes, tinham visto com os próprios olhos os feitos prodigiosos realizados por Jesus. A vida deles tinha mudado porque foram chamados a viver uma nova lei: eles foram as primeiras testemunhas da presença viva de Deus entre os homens.
Mas, para nós, seguidores de Jesus hoje, o que significa dar testemunho?
“Com grandes sinais de poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. E os fiéis eram estimados por todos.”
A forma mais eficaz de testemunhar o Ressuscitado é mostrar que Ele está vivo e que habita entre nós.
“Se vivermos a sua Palavra, […] mantendo aceso no coração o amor para com o próximo, se nos esforçarmos de modo especial para conservar sempre o amor mútuo entre nós, então o Ressuscitado viverá em nós. Ele viverá também em nosso meio e irradiará ao nosso redor a sua luz e a sua graça, transformando os ambientes em que vivemos, com frutos incalculáveis. E será Ele, mediante o seu Espírito, a guiar os nossos passos e as nossas atividades. Será Ele a dispor as circunstâncias e a oferecer-nos as ocasiões para levar a sua vida a todos os que dele necessitam”.
LUBICH, Chiara. O testemunho de vida. Palavra de Vida, janeiro de 1986.
“Com grandes sinais de poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. E os fiéis eram estimados por todos.”
Margaret Karram² escreve:
“‘Ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda criatura!’³ é o mandato extraordinário que os apóstolos receberam diretamente de Jesus há dois mil anos e que mudou o curso da história. Hoje Jesus dirige também a nós o mesmo convite: oferece-nos a possibilidade de levá-lo ao mundo com toda a criatividade, as capacidades e a liberdade que Ele mesmo nos deu”.
Margaret Karram, Chamados e enviados, Rocca di Papa, 15 de setembro de 2023.
É um anúncio “que não termina com a sua morte, pelo contrário! Ganha nova força depois da Ressurreição e de Pentecostes, quando os discípulos se tornaram testemunhas corajosas do Evangelho. E ademais, o mandato deles chegou até nós hoje. Por meio de mim, por meio de cada um de nós, Deus quer continuar a contar a Sua história de amor àqueles com os quais partilhamos curtos ou longos períodos de vida”⁴.
Organizado por Patrizia Mazzola com a comissão da Palavra de Vida.
1) At 4,32.
2) Presidente do Movimento dos Focolares.
3) Mc 16,15.
4) Ibid.
Fonte: Movimento dos Focolares