A aventura do carisma da Esperança nas belíssimas Ilhas de Seychelles – um arquipélago formado por mais de 150 ilhas no Oceano Índico e com uma população de um pouco mais de 100.000 habitantes – começou no final de 2023. Foi numa visita apostólica que Dom Tomasz Gryza, arcebispo titular de Rubicón e Núncio apostólico em Madagascar, Seychelles e Maurício, junto com Dom Romualdo Kujawski, bispo emérito de Porto Nacional (Tocantins), escutando o grito de ajuda da Igreja e da sociedade civil para assistir na problemática da droga no país, partilharam a metodologia da Fazenda da Esperança e deram como proposta de para trazer esperança nessas terras.

Em fevereiro de 2024 foi feita uma nova visita ao país pelos bispos já citados, acompanhados por Ivan Barboza, um focolarino brasileiro que mora em Madagascar. Esta visita foi marcada por momentos de encontro com vários ministérios do Governo e com um comitê que o bispo de Port Victoria, Dom Alain Harel, formou para conhecer melhor o programa e acompanhar a implantação da Fazenda. Nesta visita, fez-se o pedido oficial à Família da Esperança para abrir uma Fazenda em Seicheles. A igreja disponibilizou um terreno com duas casas que estavam inacabadas e o governo se comprometeu em ajudar para finalizar as reformas e mobiliar as duas casas. 

Enquanto as casas na Fazenda estão sendo renovadas, a Diocese colocou à disposição uma pequena casa, que fica a mais ou menos 2h de ônibus da Fazenda, onde os quatro missionários têm uma vida de comunidade. “Sem dúvidas não é fácil, mas ao mesmo tempo estamos recebendo muitas bênçãos e usando este tempo inicial para entrar na realidade do país, entendendo a cultura e se esforçando para melhorar o inglês e ao mesmo tempo tentando aprender o Criolo, língua local”, afirmam os missionários.

Foram oito meses de preparação para poder começar a missão, projeto de adaptação das duas casas – uma para acolhidos e a outra para os padrinhos – preparação de visto para os missionários, orçamentos e burocracia para liberação da verba e muitas reuniões de sensibilização sobre a Fazenda e finalmente no final de novembro chegaram três missionários que junto ao Ivan, que já estava em Seicheles, continuarem a missão.

Entre os missionários que fazem parte desta nova realidade, está Zulficar Hussein, moçambicano, um ex-acolhido da Fazenda em Dombe e Zobué; Joseph Kaye, ugandês que também é um ex-acolhido que concluiu o ano de recuperação na Fazenda do Quênia e fez parte da Escola Missionária no Brasil; Miguel Biangolino, do Brasil, um ex-acolhido que se recuperou na Fazenda da Esperança de Macaé (RJ).

Para o grupo de missionários, é desafiador encarar esta nova realidade e se adaptar ao ritmo da comunidade. “Seychelles é um país muito lindo, com praias estupendas e com um povo muito generoso e acolhedor, apesar de terem um ritmo muito desacelerado nas ações concretas. Para nós, é uma adaptação acolher o outro como é”, manifestam.

“A providência sempre chega de todas as partes, desde o pároco que se faz sempre presente com doações de peixes e frangos, como também de muitos outros que com o coração cheio de boa vontade têm um encontro com a Esperança e querem construir um país melhor”, expressam os missionários. 

A previsão é que a Fazenda da Esperança seja aberta no país ainda este ano e consiga ajudar muitos acolhidos a encontrarem um novo sentido para suas vidas.