Hoje é um dia especial para a Família da Esperança, pois nosso fundador Frei Hans Stapel completa 80 anos. O alemão que adotou o Brasil como país do coração é o reflexo vivo da esperança na Terra, que nos conecta com o céu através do ensinamento e vivência prática da Palavra.

Falar de Frei Hans é mergulhar na divina aventura do amor ao próximo, e de se lançar sem nada em troca. A simplicidade de franciscano fez com que Hans abrisse seu coração para acolher jovens que estavam mergulhados no mundo da escuridão. A acolhida do amor gerou a luz da esperança, e no encontro com Nelson, a luz resplandeceu na sociedade,  e há mais de 40 anos vive na missão de ser um nada por amor.

Queremos trazer para você leitor, trechos do livro: “Frei, Uma Conversa com Hans Stapel”, lançado pela Editora Fazenda da Esperança, em 2021, onde Frei Hans fala de suas experiências, e da missão de levar a Esperança a tantas pessoas.

Frei Hans Stapel nasceu no dia 30 de dezembro de 1945, em Geseke (Alemanha), durante o final da Segunda Guerra Mundial. Filho de Franz Stapel e Else, foi ainda na Alemanha que conheceu os carismas da unidade, de Chiara Lubich, e o carisma franciscano. Em 1972 Hans chegou ao Brasil e se tornou franciscano.

Vale lembrar que Frei Hans tem um irmão gêmeo, que também é sacerdote, e que a ligação dos dois foi além do ventre materno. Padre Paulo Stapel também percorre a caminhada de esperança como missionário nas Fazendas, e hoje mora na Alemanha auxiliando nas Fazendas da região.

“Meu irmão e eu somos, até hoje, muito unidos. Entre nós existe uma profunda unidade em tudo, até mesmo na saúde. Muitas das doenças que eu tive por aqui, muito dos desastres que me aconteceram, ele também sofreu por lá. Há uma ligação muito forte entre nós, a ponto de um, quando percebe que o outro não está bem, sofre junto. Isso também se dá com as nossas alegrias, são sempre em dobro! É bonito isso!” (Frei, Uma conversa com Hans Stapel, página 59, editora Fazenda da Esperança – 2021).

A humanidade se lança diariamente nas coisas terrenas, Frei Hans dá seu sim diariamente e se lança no amor, o olhar sempre voltado para o céu, o homem discreto e de poucas palavras, vive a intensidade do amor que é eterno, onde as coisas passageiras não fazem sentido na sua peregrinação rumo ao céu. Aos jovens que passam pelas Fazendas da Esperança sempre lança palavras de coragem, animadas, para que se lancem na divina aventura; e ressalta que Deus nunca deixa vencer em generosidade quando se é fiel.

“Cada ato de amor é amor eterno e vai para o Céu, o mal não tem valor nenhum, vai ficar na Terra, pois faz parte deste homem velho, da humanidade. Foi por isso que Jesus morreu e nos salvou, nos transformou. Agora, um ato de amor é eterno e o amor sempre vence… preciso sair do meu egoísmo e ir ao encontro do outro – , vou ter, então, a alegria de Deus”. (Frei, Uma conversa com Hans Stapel, páginas 111 e 112, editora Fazenda da Esperança – 2021).

A Esperança é a palavra que sempre esteve ligada à vida de Frei Hans, e tem um significado profundo, sendo uma força capaz de transformar vidas. A Esperança não é um sentimento superficial, mas um compromisso radical com a vida, fundamentada no amor e na solidariedade, e ela nasce do encontro com a Palavra de Deus e da vivência comunitária.

“Para mim, o único jeito de mudar alguma coisa na nossa história é amar. Amar concretamente no momento presente: aqui começa a verdadeira mudança dentro da pessoa que ama, e automaticamente, em todos os que são amados, todos os que estão à sua volta. E a história pessoal de cada um começa a mudar. (Frei, Uma conversa com Hans Stapel, página 204, editora Fazenda da Esperança – 2021).

Frei Hans e a Fazenda da Esperança

Mesmo considerado discreto, Frei Hans ficou conhecido no mundo todo, junto com Nelson Giovanelli, Iraci Leite e Luci Rosendo. Eles fundaram a Fazenda da Esperança, que iniciou sua história em 1983, em Guaratinguetá (SP), onde Frei Hans era pároco da Paróquia Nossa Senhora da Glória. Hoje a comunidade terapêutica é reconhecida nos cinco continentes, e é considerada a maior da América Latina.

O acolhimento, a escuta e o cuidado, fez com que os jovens fossem ressignificando suas vidas, e o homem velho ficando cada vez mais distante. A missão de esperança e amor impulsionou o Frei a compartilhar a vivência do Evangelho; na simplicidade das palavras, a prática virou ferramenta essencial para a transformação de vidas, e o amor faz parte dessa engrenagem que espalha a Esperança pelo mundo.

“Éramos pouquíssimos. Eu me lembro de que uma vez estávamos na capela, já aqui no Centro Masculino, em Guaratinguetá (que tínhamos aberto primeiro), e o clima com Jesus entre nós era tão forte que dizíamos: “Essa vida, o mundo inteiro tem que conhecer, é a resposta para a situação dos dependentes de drogas.” (Frei, Uma conversa com Hans Stapel, página 134, editora Fazenda da Esperança – 2021).

Inspirado pelo carisma da unidade, de Chiara Lubich, Frei Hans encontrou em seu ministério o caminho para transformar vidas por meio do amor que se doa, a dimensão espiritual do amor unitivo, oferece a base para que a missão seja vivida em comunidade. São Francisco de Assis, exemplo máximo de entrega, viveu o Evangelho com humildade e amor radical, inspirando Frei Hans a cultivar uma vida dedicada aos pobres e marginalizados.

Juntos, esses três exemplos mostram que a verdadeira arte de amar se manifesta na prática diária do Evangelho, na radicalidade e na solidariedade que transforma a sociedade pelo amor.

“Eu diria a todos: “Vivam a Palavra, tenham Jesus no meio, sejam Família, se queiram bem um ao outro e aproveitem essa vida curta para amar concretamente”. (Frei, Uma conversa com Hans Stapel, página 315, editora Fazenda da Esperança – 2021).