A Fazenda da Esperança Nossa Senhora de Lourdes, localizada em Mairiporã (SP), recebeu na quarta-feira, 1º de maio, uma turma de estagiários de Teologia para a realização de uma atividade acadêmica de extensão. A ideia era realizar uma vivência sobre o tema “Convivência”, um dos pilares do método de recuperação terapêutica usado nas Fazendas da Esperança, junto de Trabalho e Espiritualidade. 

Após um almoço oferecido pelos acolhidos, os estudantes das faculdades ‘FATRI/Nossa Sra. de Todos os Povos’ começaram o evento. No início, uma breve introdução sobre o tema principal “Palavra Viva: Convivência” foi feita pela estudante Jacqueline Silveira. Outros alunos do curso de teologia deram continuidade, falando sobre a importância da realização do estágio, atuando diretamente nos Grupos Esperança Viva (GEVs) e visitando algumas unidades da Fazenda da Esperança.

Simone Luz emocionou os presentes ao contar a experiência pessoal dela ao perder o irmão para o alcoolismo. Mas, ressignificando a morte dele, resgatado pela experiência terapêutica de amor e vivência do Evangelho nas Fazendas. 

Outro estudante, Eduardo Fernandes, comentou sobre seu aprendizado sobre a convivência, que não se encontraria em nenhum outro ambiente que não fosse numa das Fazendas da Esperança. Ele contou que conheceu um traficante e um policial que eram acolhidos na mesma Fazenda. Os dois, que jamais se relacionariam no mundo exterior,  aprenderam a ver Jesus no outro e desenvolveram uma fraterna amizade ao se transformarem em homens novos e recuperados dos vícios.

Na sequência dos estagiários do GEV Vila Maria, foi a vez de Paulo Castilho fazer sua participação. O estagiário do GEV Sorocaba fez uma leitura da passagem bíblica das videiras, relatada em no Evangelho de São João, capítulo 15, e discorreu sobre a importância de convivermos com a palavra de Deus para a alcançarmos a cura dos males espirituais, como a drogadição.

Várias homenagens vieram em seguida. Entre elas, aos coordenadores dos grupos GEV da Vila Maria, na zona norte da capital paulista, Ana Narciso; e Fátima, do GEV Peruíbe, no litoral paulista. O responsável da Fazenda de Mairiporã, José Reinaldo dos Santos, também foi homenageado e recebeu uma placa de prata. Além deles, os padres locais, Estevão e outro padre que veio de Moçambique; o biólogo Osny de Aguiar, do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), que doou 60 mudas de árvores de diversos tipos; e Cidinha do Rotary usaram a palavra para falar sobre o tema central da vivência proposta. 

Outros cinco Es veteranos, que também são voluntários atualmente, Alexandre, Francisco, Fernando, Availton e Rômulo, participaram trazendo suas experiências de vida, cura e convivência durante o ano em que se recuperaram nas Fazendas e depois, quando precisaram se relacionar com a “vida lá fora”. 

Ao final do encontro, todos os que estavam no salão assistiram a uma performance e cantaram juntos a conhecida música “No Caminho da Esperança” (Já aconteceu, já se espalhou, a semente foi plantada e germinou…). Os presentes foram convidados a escreverem em uma palavra o sentimento com que resumia a convivência proporcionada pelo encontro com o estagiários de teologia: amor, respeito, harmonia, diversidade, empatia, família foram algumas delas.

Em seguida, todos levaram estes papeizinhos para batizar cerca de 60 mudas de árvores doadas para serem plantadas na Fazenda da Esperança de Mairiporã. Espécies como jatobá, ipê branco, araçá roxo, uvaia, pitanga, peroba rosa, castanha do maranhão, entre outras.

Após as árvores terem sido plantadas, ficou o sentimento de satisfação por parte de todos. Aos acolhidos, fica a mensagem: plantar é apenas o início do processo. A missão inclui cuidar das plantas, regar, adubar e ver crescer: assim como nos jardins, fazemos o mesmo com o que plantamos na vida.

Por Paulo Castilho

Confira também o vídeo produzido pelo jornalista Paulo Castilho (clique aqui)