O Papa Francisco convocou mais Sínodo dos Bispos (processo para se caminhar em unidade), que traz como tema a própria sinodalidade: Por uma Igreja Sinodal – Comunhão, participação e Missão.
Esta trajetória, que tem início neste ano, com os processos de escuta nas Dioceses, e que culminará em 2023, contará com a forte participação das Juventudes. E já nos primeiros momentos, o Organismo Internacional de Consulta dos Jovens, esteve presente, ouvindo os apelos da Igreja e expondo os pensamentos de tantos jovens, sobre ação evangelizadora, no mundo.
Neste Domingo, 17, as Dioceses de todo o Brasil realizam a abertura oficial do Sínodo. E para entendermos ainda mais a participação das juventudes no processo sinodal, o Jovens Conectados apresenta o depoimento de Lucas Ricardo, membro da Família da Esperança e representante brasileiro no IYAB (International Youth Advisory Body), que esteve presente na abertura do Sínodo, em Roma, nos dias 09 e 1o, deste mês. Confira:
Em novembro de 2019, foi anunciado a criação do Organismo Internacional de Consulta da Juventude. Na ocasião, 20 jovens de diferentes países, foram convidados para formar parte do primeiro grupo. Em março de 2020, estava programado um encontro presencial em Roma para dar inicio aos trabalhos, mas, devido à pandemia, foi necessário descobrir novas ferramentas. Desde então, a cada 2 meses o grupo passou a se reunir de forma online, para momentos de espiritualidade, desenvolvimento de propostas e de projetos para a juventude, partilha de experiencias pessoais e da realidade juvenil de onde vivem e outros assuntos, que ao longo do tempo foram surgindo, como por exemplo a elaboração de uma rede social (Synact), mudança da celebração da Jornada Mundial da Juventude nas Igrejas locais para a festa de Cristo Rei, um texto de contribuição e reflexão do tema da JMJ 2021 enviado ao Santo Padre, etc…
Com o anuncio feito pelo Papa Francisco de um Sínodo dos Bispos para refletir sobre a Sinodalidade, uma preocupação imediata surgiu entre nós: os jovens não podem ficar de fora deste momento singular da historia da Igreja. É importante lembrar que a expressão “sinodalidade” ganhou relevância justamente no Sínodo sobre a Juventude e desde então o Papa, e toda a Igreja, tem trabalhado essa temática, pois expressa o desejo de “caminhar juntos”. Em suas palavras, “o Sínodo sobre a sinodalidade, é um caminho de discernimento eclesial”, ou seja, não pode limitar-se somente a contribuição dos Bispos, mas deve favorecer para que todo o Povo de Deus, principalmente a Juventude, faça parte deste caminho que tem 3 pontos chaves: comunhão, participação e missão.
Pensando nisso, o Organismo Internacional da Juventude, expressou seu desejo de participar dos trabalhos de abertura do Sínodo sobre a Sinodalidade, nos dias 09 e 10 de outubro, no Vaticano. Nosso pedido foi simples e direto ao Secretário do Sínodo: “por favor, não se esqueçam dos jovens”. Ficamos imensamente felizes quando soubemos e fomos convidados para estar presencialmente em Roma e contribuir nesse processo. Encontramos muitos desafios, pois ainda vivemos um período de pandemia, que exige cuidado e restrições. Mas, como a maioria poderia participar presencialmente (apenas 3 dos 20 membros não poderiam estar presentes), pensamos também em aproveitar e realizar pela primeira vez, o encontro presencial do Organismo, nos dias 11 e 12 de outubro.
É importante ressaltar e agradecer pois o Sínodo dos Bispos e o Dicastério dos Leigos, Família e Vida, ao qual o Organismo está ligado, custeou todas as despesas (passagens, hospedagem e teste de COVID). Isso demonstra um sinal de investimento e importância da presença dos jovens para estes encontros em Roma.
Dia-a-dia, na Abertura do Sínodo:
09/10 = Pela manhã, escutamos algumas experiências de sinodalidade e o discurso do Santo Padre. Nos dividimos em grupos de trabalho, onde fizemos um grandioso esforço para que ao menos um jovem do Organismo, pudesse estar presente e contribuir com sua reflexão. Em todos os grupos haviam Cardeais, Bispos, Padres, Religiosos, Leigos, Mulheres, representações de movimentos e causas sociais. A metodologia de trabalho foi essencial pois está focada na “escuta atenciosa do Outro”, no silêncio para reflexão, na partilha e no compromisso coletivo. Cada grupo elaborou uma síntese, que foi enviada ao Secretario Geral do Sínodo. No período da tarde, foi proposto para estimular a convivência entre todos os participantes, uma visita guiada ao Museu do Vaticano.
10/10 = A principal atividade foi a missa, na Basílica de São Pedro, presidida pelo Papa, marcando o início do caminho sinodal. Este gesto deverá ser repetido em todas as Dioceses no domingo, 17 de outubro. Após o almoço, demos inicio aos trabalhos ligados diretamente ao Organismo Internacional da Juventude. No período da noite, vivemos um momento de adoração Eucaristíca e uma noite cultural.
11/10 = No período da manhã, o Organismo reuniu-se com o Escritório para a Juventude, do Dicastério dos Leigos, Família e Vida, para apresentar algumas propostas de projetos e no período da tarde, nos dividimos em grupo para alinhar e rever alguns detalhes dessas apresentações.
12/10 = Fizemos uma visita ao edifício onde está o Dicastério dos Leigos, Família e Vida, para um encontro com o Cardeal Kevin Farrell. Foi um momento importantíssimo de diálogo, para expressar ao Sr. Cardeal nossos sonhos e inspirações e escutar dele as orientações a respeito do papel do Organismo da Juventude. Após o almoço, encerramos o encontro.