A Rádio Vaticano – Vatican News conversou com Nelson Giovanelli que faz parte da Comissão para a Tutela dos Menores, recebida nos dias atrás pelo Papa Francisco.
Na última sexta-feira, dia 29 de abril, o Pontífice recebeu os membros da Comissão para a Tutela dos Menores, e no seu discurso recordou que esse serviço deve “ser realizado com cuidado” e requer “a atenção contínua para que a Igreja não seja apenas um lugar seguro para os menores e um lugar de cura, mas seja totalmente confiável na promoção de seus direitos no mundo inteiro. Infelizmente, – disse ainda o Papa – não faltam situações em que a dignidade das crianças é ameaçada, e isso deveria ser uma preocupação de todos os fiéis e de todas as pessoas de boa vontade”.
A Rádio Vaticano – Vatican News conversou com Nelson Giovanelli que faz parte dessa Comissão e que participou do encontro com o Papa.
Nelson falou sobre um pouco sobre a realidade do Brasil
“Então nós somos assim, eu sempre considero que como povo latino temos a característica de ter dificuldade de falar de um tema desse. Quem foi abusado sofre a tirania do silêncio em si mesmo, e também quando não sabe para quem falar.
Então isso é um processo que nós todos devemos enfrentar. Se realmente os bispos, as congregações dos superiores se abrem para acolher e se cria essa estrutura que o Santo Padre sugeriu que é um lugar onde se pode falar, e têm pessoas confiáveis, preparadas, então as vítimas podem começar a falar, se abrir. E com isso, inicia-se o processo de purificação, de enfrentamento, de não encobrir os casos
Por isso agora no Brasil temos a criação do núcleo Lux Mundi. O Núcleo não é feito para acolher no sentido assim, objetivamente as vítimas. É esse serviço que deve ser criado em cada diocese ou na junção de cada diocese e arquidiocese. O Núcleo assessora, é para assessorar todas as dioceses na criação desse serviço. Mas não podemos negar que a gente acaba recebendo as falas e até as denúncias. O nosso papel é encaminhar para que os ordinários e os superiores acolham e prestem o serviço de escuta e deem encaminhamento aos processos normais conforme é explicitado no “Vós sois a Luz do mundo”, no sentido da investigação prévia, de verificar verossimilhança dos casos, e depois o processo canônico normal.
Então no Brasil nós estamos nesse empenho de que esses serviços aconteçam”.
