Os membros da Fazenda e da Família da Esperança da Argentina se reuniram, entre os dias 10 e 16 de julho, em peregrinação na cidade de Córdoba. Foram dias de retiro, treinamento, convivência, momentos de expressão cultural, esportes e comemorações para celebrar os 40 anos de fundação da obra no mundo.

Durante o período, os peregrinos foram acompanhados pelo precursor da obra no país, Monsenhor Aurélio José Khün, Padre Luiz de Menezes e Angelucia Moura como membros da Presidência Geral da Fazenda no mundo. Também estiveram acompanhados pelos bispos Adolfo Canecín de Goya, Samuel Jofré Giraudo de Villa María e Dante Gustavo Braida de La Rioja.

Ao longo dos dias de formação foram partilhados temas sobre o Carisma da Esperança, como o desafio da Igreja face ao problema das drogas, a Fidelidade e a Castidade, bem como o movimento dos Focolares. Foram gerados muitos momentos de profundidade e comunhão. Esses dias foram concluídos com a Festa de Comemoração dos 40 anos da Fazenda da Esperança, com a presença das onze Fazendas da Argentina, famílias, voluntários e Grupos Esperança Viva.

Cerca de 350 jovens participaram das celebrações e, no momento com o GEV, foram mais de 1.500 pessoas.

As Fazendas da Esperança são comunidades terapêuticas destinadas à recuperação de homens e mulheres que desejam se libertar do vício das drogas, dependências químicas ou psicológicas, fornecendo ferramentas para a sua integração na vida familiar, comunitária e profissional.

A Família da Esperança é uma associação internacional de fiéis católicos, baseada nos Carismas franciscanos e dos Focolares, que atua há 40 anos em vários países do mundo. Na Argentina, o trabalho está presente desde 2006 e conta com onze fazendas: três femininas e oito masculinas, nas províncias de Córdoba, Buenos Aires, Corrientes, Formosa, Santa Fé, La Rioja, Salta, Tucumán e em breve em Mendoza.

As comunidades terapêuticas têm o formato de fazendas, onde trabalham com um grupo de voluntários que moram dentro delas e auxiliam os jovens no processo de reabilitação. Além disso, existem grupos de pessoas e instituições de solidariedade que colaboram na sua sustentabilidade, sempre em unidade com a Igreja local. O processo terapêutico começa com a decisão pessoal de mudar de vida e dura pelo menos um ano.

A integridade e a dignidade da pessoa são atendidas em três dimensões: espiritualidade, trabalho e convivência, também chamadas de “pilares” e constituem, em essência, o itinerário permanente para alcançar uma vida livre de consumos e apegos.

Trabalho: trabalhar como motor de dignificação da pessoa através da valorização dos próprios talentos e capacidades, da gestão de sucessos e fracassos e, em muitos casos, até do despertar vocacional.

Convivência: o pilar da convivência permite que os reclusos encontrem aspectos de si próprios e hábitos positivos a fortalecer e negativos a mudar, para uma vida saudável integrada numa sociedade através do amor recíproco.

Espiritualidade: a espiritualidade como aquele pilar que dá consistência aos outros dois, pois permite a descoberta de um espaço permanente de relação consigo mesmo, com os outros, com a criação e com o Criador, tornando-os conscientes da transcendência a que são chamados.

As famílias dos reclusos também são acompanhadas antes, durante e depois do processo através de uma rede de grupos denominada Grupo Esperança Viva, o GEV, onde é prestada assistência e apoio. No nosso país, existem cerca de 50 grupos em diferentes paróquias.