No ano de 1983, Nelson Giovanelli se aproximou dos jovens que se drogavam numa esquina do bairro Pedregulho, em Guaratinguetá (SP). O impulso para esta atitude surgiu por meio da vivência do Evangelho e da troca de experiências, no grupo liderado por frei Hans Stapel, na paróquia Nossa Senhora da Glória. Há exatamente 39 anos, em 29 de junho de 1983, nascia a Fazenda da Esperança (comunidade terapêutica) com o primeiro pedido de ajuda, de Antônio Eleutério, para sair do mundo das drogas.

Conheça 4 curiosidades sobre o início dessa história:

1. Frei Hans desejava permanecer no Rio de Janeiro

Após a sua ordenação sacerdotal, frei Hans Stapel viveu uma experiência missionária em Realengo, no Rio de Janeiro. Ele desejava permanecer na região, no entanto, os planos de Deus eram outros: o frei deveria ser transferido para a paróquia de Nossa Senhora da Glória, na cidade de Guaratinguetá (SP). Nesta nova terra de missão, ele desejou construir a presença de Jesus através da vivência do Evangelho e sequer imaginava onde tudo isso chegaria.

2. Uma pulseira ‘abriu as portas’ para Nelson, na Esquina

“Todos os dias, no caminho do trabalho, eu passava por uma Esquina onde se vendiam drogas. Aqueles jovens que a frequentavam chamaram minha atenção. Lembrei-me então de uma frase da carta aos Coríntios: “Para os fracos, fiz-me fraco, a fim de ganhar os fracos. (1Cor 9,22)” A frase ficou dentro de mim.

Um dia, detive-me com um deles e deixei que me mostrasse como ele trançava as pulseiras que vendia por lá. O rapaz percebeu que eu me interessava por ele e começou a contar toda a sua vida. No fim, me disse: Pela primeira vez, encontrei um amigo de verdade. No caminho para casa, senti uma alegria como raras vezes havia sentido na vida. Nos dias que se seguiram, conheci através do meu novo amigo toda a sua gangue. Aos poucos foi desenvolvendo-se um relacionamento de mútuo respeito e confiança…“ (. Cf. Boletim Retorno à Vida. Ano 1998. No. 09.)

3. A bicicleta de Nelson quase foi trocada por drogas

“Quexada queria comprar droga. Sempre chegavam aquelas horas em que faltava o dinheiro e faltava a droga na boca. Como fazer para arrumar dinheiro rápido e fácil? Eles se lembraram logo do Maninho. Quexada falou com Antônio: Vamos pedir a bicicleta dele? Dá para arrumar um dinheiro legal… Quexada foi falar com Nelson. Nem precisou pressionar, pois Nelson concordou rapidinho. Nem se importaram, se ele teria que ir e voltar a pé do trabalho.

Pensaram em si, no consumo imediato da droga. Antônio, no caminho, disse a Quexada: Não é certo fazer isso com o Maninho… Ele é tão legal com a gente… Quexada respondeu: É verdade, ele não merece. Decidiram então não trocar a bicicleta por droga. O inesperado aconteceu: ambos decidiram fazer um ato de amor. Quexada lavou e engraxou a bicicleta, e consertou uma mola do banco que estava faltando! Dois dias depois, devolveu a bicicleta para ele.” (SANTOS, Cesar Alberto dos, 2009, p.43).

4. Houve a comemoração de um aniversário na Esquina

“Nelson ia […] procurando amar cada um pessoalmente, não perdendo nenhuma oportunidade. Um dia, descobriu que Tê estava fazendo aniversário. Ele contou o que aconteceu: “Devemos reconhecer que Tê foi o instrumento que Deus usou para que, em determinado momento, a luz entrasse naquela Esquina de uma maneira poderosa. Ainda no período em que estava convivendo ali, sucedeu que ele fazia aniversário.

Sempre que chegava em casa, contava para minha irmã como tinham sido meus encontros e conversas com os jovens da Esquina. Nesse dia (em que o Tê fazia aniversário), quando cheguei à noite, minha irmã chamou- me até a cozinha e mostrou-me um bolo que havia feito, e disse: ‘Você chega sempre tão feliz desses encontros com estes jovens, que eu gostaria de participar de alguma forma. Não sei se ficou bom. Leve para ele, para o rapaz que faz aniversário!’  

Convidei-a para levar o bolo junto comigo. Quando chegamos lá, a rapaziada foi correndo chamar o Tê, que naturalmente ficou surpreso em ver um bolo na Esquina – e que esse bolo era por causa dele. Cantamos logo Parabéns.”  (SANTOS, Cesar Alberto dos, 2009, p.44).

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